A World in Focus se dedica à conscientização e combate às injustiças em oftalmologia. É importante compreender e estar atento aos determinantes sociais em saúde, especialmente no que se refere à oftalmologia e a cegueira, bem como às medidas que podem ser tomadas para reduzi-las.
Primeiramente, temos que entender quais são os determinantes sociais da saúde. Da mesma forma que fatores biológicos como vírus causam doenças, fatores socioeconômicos também são grandes determinantes para a saúde. Estes determinantes incluem gênero, status socioeconômico, etnia, situação habitacional, região geográfica e deficiências. Como os determinantes sociais da saúde realmente têm impacto? Vejamos o exemplo de regiões geográficas. Nas áreas rurais, os profissionais de saúde são poucos e distanciados entre si. Nas reservas indígenas do Norte, os médicos são escassos, e os indivíduos precisam se deslocar muito além de sua reserva para receber tratamento médico. As longas distâncias e dificuldades de deslocamento dificultam o acesso a cuidados de saúde adequados, afetando a saúde da população.
O determinante social da saúde que influencia mais diretamente a taxa de cegueira é a pobreza, ou o nível socioeconômico. Estudos da França e dos Estados Unidos mostraram que as pessoas com visão inferior tinham menos renda. Por exemplo, a renda familiar mensal na França para pessoas com problemas de visão era de meros 1255 €, enquanto aqueles sem problemas de visão ganhavam uma média de 1851 €. Nos bairros economicamente mais desfavorecidos dos Estados Unidos e da Austrália, foi documentado um aumento na taxa de problemas visuais e a prevalência de cegueira em países de baixa renda é muito maior do que em países de alta renda. Assim sendo, pode-se dizer que existe uma relação direta entre o PIB de um país e a taxa de cegueira, sugerindo um círculo vicioso de deficiência visual e pobreza. Estudos feitos na Europa mostram que deficientes visuais correm maior risco de desemprego, recebendo baixos salários e menos oportunidades do que indivíduos visualmente privilegiados. Na França, pessoas sem deficiência visual têm empregos que pagam 5 vezes mais do que pessoas que sofrem de cegueira.
O que pode ser feito para resolver esse problema? Conscientização sobre as iniquidades que os deficientes visuais enfrentam é um ótimo ponto de partida. Ao nos tornarmos mais informados sobre essas questões, podemos quebrar o silêncio em torno da iniquidade em oftalmologia. Da mesma forma, financiamento a pesquisas dedicadas à compreensão dos impactos sociais e biológicos que levam a essas desigualdades devem ser feitos de modo a se chegar a uma melhor solução para essas questões. Organizações de apoio como a World in Focus, buscam promover a igualdade na oftalmologia, nos permitem ajudar aqueles que são afetados por elas. Precisamos aumentar a conscientização sobre essas questões para que os governos possam implementar políticas que resultem em mudanças positivas, diminuindo o ciclo de deficiência visual e pobreza.
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